Na minha vida não há espaço para grandes temas
pois que não tenho amor, não vou aos cinemas
nem sei por que faço poemas, se me é veia ou dó
de quem é meu irmão em sua desventura.
Se a mulher que passa não é motivo para poema,
mas apenas seu jeito de andar, e ir, e sumir,
devagar aprendi a passar da ida para a volta
e fundir modo e ação para ser tudo uma só imagem.
Hoje não tem mais carnaval, aniversário, festas,
que o poema restou como a morte: se aquietou
a quem sorri para este tipo de beleza frágil —
desculpe-me se desfaço sonhos, sou só um poeta.
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